sexta-feira, 27 de abril de 2012

Avanço ou retrocesso?

Dizem, que antes, bem antes, nós não conhecíamos a fala, a escrita e a tecnologia.
Dizem agora que o maior avanço da humanidade foi dominar esses 3 itens.
Penso que acostumamos com tudo, até com o que não presta.
O conceito de não presta, não é exatamente o que a gente pensa.
Não presta não significa ser danoso ou inútil, mas tem outra conotação: a de estar atrapalhando o que deveria ser ou estar.
Veja bem, dizem... que antes nos comunicavamos por telepatia, assim como os animais, pássaros, entre outros.
Hoje com todas as palavras não sentimos firmeza e não temos a certeza do que é dito é verdade, mentira ou os dois.
Substituímos os gestos, as atitudes e intenções por palavras. Isso nos fez perder o conceito das coisas. Veja bem, tente se expressar com palavras o abraço, o beijo, o sabor, as cores, o amor...
Por que será que quando abraçamos com carinho ou tentamos mostrar sentimento com contato em alguém acontece o silêncio e todo mundo entende muito bem.
Por que quando beijamos, fechamos os olhos...
A escrita e a tecnologia, foram ótimas invenções onde todo mundo está sabendo. Mas, penso que já viramos escravos delas.
A escrita, foi gradativamente substituída pela digitação, onde com esse hábito ou costume, até pra preencher um cheque ou assinar um documento a mão não se coordena direito.
A tenologia, que deu um grande salto com a invenção do rádio, que passou para a televisão e agora pro computador, desde o início foi a grande oportunidade de isolamento social.
Parece até brincadeira não aceitarmos que o que eu estou dizendo está certo. Vá a casa de alguém e tenta conversar com as pessoas assistindo tv, principalmente novela e jogo. Já vi pessoas ao invés de conversarem pessoalmente, preferem mandar mensagens pelo celular ou pelo computador.
As pessoas não estão mais a fim de papo ao vivo, e sim de forma virtual.
Tem pessoas que namoram e até casam pela internet, com sexo virtual e tudo.
Me diz se, de repente, a gente não se encaixa como parte disso?
Concluo que realmente não evoluímos como seres humanos que dominam os brinquedos que têm a seu favor ou a disposição. E que, com o tempo, nós, seres humanos nos iludimos com muito pouco e não questionamos nada, que se perdeu no meio do caminho do comunitário e hoje, de certa forma, todos nós vivemos alguma forma de isolamento, fazendo parte de algum grupo: o grupo do sozinho... e na maioria das vezes, estamos insatisfeitos com tudo que precisamos e infelizes por estarmos cegos pelo motivo da própria desinformação.
Vejo mais, que a humanidade se tornou escravo da tecnologia e do ter, pensando ou se iludindo que com isso será ou ficará feliz.
Vejo todo mundo, estudando e trabalhando sem parar, para poder comprar coisas ou fazer parte da turma do normal. Não vejo ninguém afirmando quer ser ser alguém que irá ajudar muitos e se realizará com isso.
Será que esquecemos que para sermos felizes e realizados não precisamos de nada e já temos, ou podemos tudo... tecnologia e coisas materiais são acessórios.
Deveríamos Ser não Ter.
O Ser que falo é ser por dentro com atos sinceros de gentileza, amizade, amor, fraternidade, cumplicidade...
O Ser que falo, sempre fomos, então o que estamos procurando ou buscando?
Mas, parece que todo mundo quer ser rico e famoso, como se isso fosse sinônimo de felicidade e propósito de vida.
Vejo que quem é famoso e tem dinheiro têm mais ou toda a atenção carinhosa do povo, e que um carro tem muito ou todo o valor comparado a um mendigo, que é gente como a gente. Uma pessoa rica, famosa ou bem apresentável tem uma visível melhor recepção numa loja, mas paga a mesma coisa pelo mesmo produto que qualquer um mal vertido ou pobre.
Me diz se nossa sensibilidade não está na sola do sapato, quem é o evoluído nessa história toda e que tipo de avanço ou retrocesso vivemos agora?

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