sábado, 14 de janeiro de 2012

Não sou dono do meu destino

Desde criança, quis ter uma vida diferente...
Queria ter amigos - Enquanto pra todo mundo era normal, parece que pra mim, tinha que correr atrás. Quando eu achava que eram meus amigos, levava um capote ou entendia que era condicional... por interesse... por banalidades.
Queria poder brincar, ser um jogador ou atleta... normal - Enquanto pra todo mundo era normal, parece que pra mim, tinha que me concentrar e me esforçar ao máximo, ir atrás de técnicas para fazer o que todo mundo fazia com normalidade.
Queria amar e ser amado - Sempre achei que se eu agisse com amor receberia o amor, ou as pessoas iriam gostar de mim simplesmente por gostar, e assim viver como todo mundo... feliz e contente.
Acontecimentos - Sempre achei que iria acontecer coisas bacanas comigo ao acaso, como ganhar presentes, me divertir, me relacionar, e não ter que fazer tudo pra merecer.
Profissionalmente - Achei que se estudasse muito, me especializasse, conseguisse ser útil e resolvesse os problemas dos outros com honestidade, irmandade e justiça... iria me dar bem ou mais, iria fazer as pessoas se sentirem bem.
Relacionamentos - Achei que se fosse um bom homem, trabalhador, gentil, parceiro...
Pai de família - Achei que as pessoas precisavam de exemplos, direção, educação, amor, carinho, família, segurança...
Não, as coisas não aconteceram e provavelmente, não vão acontecer como eu sonho, espero e desejo. Porque aprendi que minhas aulas foram diferentes das dos outros, e que esta escola da vida me deu aulas tão pesadas, que não teve outro jeito; pra passar de ano ou lição, tive que sofrer, estudar muito e como ninguém, e mais... sem nenhum tipo de ajuda ou apoio. Desenvolvi técnicas ou conhecimentos tão profundos que entendo o propósito de tudo isso hoje. Que eu não sou, nunca fui e serei um coitado, azarado ou predestinado a ser diferente... e na minha formação acadêmica da vida então, iria me formar, ou formei minha própria, única e verdadeira personalidade.
Não, as aulas não acabaram, e as férias... parece que não existe!
Para quem estudou, ainda estuda muito, e tem uma certa formação; as aulas e provas são cada vez mais difíceis e dolorosas.
Vejo o mundo, das pessoas, numa clareza absurda. Vejo sem o poder de mudança, que não, elas não querem mudar seus estados de ignorância, porque acham que não são. São constantemente exploradas por interesses maiores, e vivem iludidas em falsas verdades, mentiras descaradas, vivem o passado, sonhando com o futuro e não imaginam o que as espera na próxima esquina. Foram e são, a milhares de anos, inocentes úteis que preferem ficar, por comodismo, aonde estão.
Antes, sofria por me sentir isolado, hoje vejo que o mundo é que está isolado. Isolado dentro de si, vivendo uma individualidade tremenda e conduzida confortavelmente, como patinhos de borracha em um bacia cheia d´água.
Com tudo que passei e aprendi, penso que meus conhecimentos servem somente para mim...
Aprendi com esta minha inoperância que como não sou dono do meu destino e de ninguém. Sou dono dos meus sentimentos com relação ao meu destino... e assim como eu, todos, de uma certa forma, vivem suas próprias aulas e estão caminhando também para a formatura final.
Por isso tudo, neste caso, concordo que os meios justificam o fim, e tenho certeza que existe uma força divina controlando todas as escolas da vida, assim como as aulas... e os alunos.

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